Depressão: o que é, como se manifesta e quando buscar ajuda
A depressão é um transtorno mental sério, comum e tratável. No DSM-5-TR, ela aparece como Transtorno Depressivo Maior, caracterizado por um conjunto de sintomas que duram pelo menos duas semanas e causam impacto real no dia a dia — no trabalho, nos relacionamentos e na capacidade de sentir prazer nas coisas.

Sintomas mais comuns
Segundo o DSM-5-TR, a depressão geralmente envolve uma combinação de:
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Humor triste, vazio ou irritável na maior parte do dia
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Perda de interesse ou prazer nas atividades que antes despertavam vontade
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Cansaço exagerado e redução de energia
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Alterações no sono (insônia ou sono em excesso)
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Mudanças no apetite e no peso
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Dificuldade de concentração e tomada de decisão
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Sentimentos de culpa, inadequação ou inutilidade
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Lentidão psicomotora ou agitação
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Pensamentos sobre morte, desesperança ou ideação suicida
A pessoa não precisa ter todos esses sintomas, mas a presença de alguns deles por um período contínuo já merece atenção.
Por que a depressão acontece?
Não existe uma única causa. O quadro costuma surgir por uma mistura de fatores:
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Biológicos: alterações em neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e dopamina
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Genéticos: histórico familiar aumenta o risco
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Psicológicos: traços de personalidade, padrões de pensamento
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Ambientais: estresse prolongado, perdas, sobrecarga emocional, conflitos
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Fatores hormonais: pós-parto, climatério, doenças clínicas associadas
É um transtorno multifatorial, não é “falta de força de vontade”, “fraqueza”, nem algo que a pessoa resolve sozinha.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, feito por um médico, seguindo os critérios do DSM-5-TR.
A avaliação leva em conta:
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duração dos sintomas
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intensidade
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prejuízo no funcionamento
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exclusão de outras causas (como condições médicas ou uso de substâncias)
Cada caso é único, e o plano de cuidado deve ser personalizado.
Tratamento
A depressão tem tratamento e a resposta costuma ser muito boa quando o cuidado é iniciado cedo.
O manejo geralmente envolve:
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Psicoterapia (com forte evidência para TCC, terapia interpessoal e outras abordagens)
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Medicação antidepressiva
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Ajustes de rotina e hábitos, como sono, atividade física e regulação do estresse
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Acompanhamento contínuo, principalmente em fases mais intensas
O objetivo não é apenas tirar a pessoa da crise, mas devolver qualidade de vida e evitar recaídas.
Quando procurar ajuda
Se você ou alguém próximo está com sintomas persistentes, perda de energia, choro fácil, irritabilidade, sensação de estar no “automático” ou pensamentos de desistência, é hora de procurar apoio profissional.